sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Kung fu

Mulheres e a carreira profissional nas artes marciais

Difícil ouvir uma menina dizer que quer ser lutadora profissional quando crescer. Nem mesmo o cinema encoraja essa escolha, visto que os protagonistas de filmes que mostram lutas e combates são predominantemente masculinos, apesar de exceções como As Panteras, Kill Bill etc. Mas cresce no Brasil o número de mulheres que se tornam atletas em modalidades de lutas, como artes marciais. Principalmente no sanshou, categoria de combate feminino do kung fu.
As atuais profissionais, que competem nos principais torneios mundiais, tomaram conhecimento do esporte por acaso. Mesmo assim, não escapam à puxada rotina de treinos, muitas vezes combinados a uma jornada de trabalho para completar a renda, já que ainda o interesse de marcas em patrocinar uma carreira tão nova é pequeno.E ainda tem de provar que o esporte é coisa de mulher e não só para homens. "Cada vez mais no Brasil, as mulheres estão conquistando seu espaço nas artes marciais. Entretanto, algumas pessoas insistem em dizer que este esporte torna a mulher masculinizada. Isso está no seu comportamento e não no esporte que pratica. Nunca deixei que comentários maldosos prejudicassem minha paixão pelo esporte", diz Ariana Citolin Ortega, 31 anos, que participa do 10º Campeonato Mundial de Wushu, em Toronto, no Canadá, entre 24 e 29 de outubro. Com ela, participam outros sete atletas, apenas mais uma do sexo feminino.
Ariana concilia treinos e trabalho na mesma academia. Foi a maneira que encontrou para manter a carreira, que começou por acaso. "Estava em busca de uma atividade física que me proporcionasse novas habilidades, além das que já conhecia através da educação física escolar. Em 1993, ao assistir uma aula de kung fu, fiquei encantada com a variedade e complexidade dos movimentos e me senti desafiada a praticar", diz.
As competições começaram três anos depois, mas Ariana lembra que muitas vezes não havia oponentes. "Nesta época era muito comum vencer por WO, pois eram poucas as mulheres que participavam na modalidade sanshou (combate). Então, priorizava os treinamentos com ênfase maior no taolu (apenas demonstração)", lembra. No ano passado, participou do Beijing Wushu Tournament, evento realizado no mesmo período dos Jogos Olímpicos da China ficando em 5° lugar.
Aprendizado
Elisabeth Cristina Moreira de Souza, 38 anos, também divide seu tempo entre a administração de um negócio próprio durante o dia, aulas de instrução para crianças à noite mais seus treinos. Ela treina desde os 21 anos e compete em categoria de demonstração técnica, sem lutas. "O que mais me chamou atenção é que o aprendizado nunca tem fim. Você compete com você mesmo. Todo esporte tem seu ciclo, mas o kung fu é diferente. Ainda tenho condições de competir e sou faixa preta, mas estou no terceiro Dan (categoria) e ainda tenho mais dois", explica.
Muitas atletas ainda realizam treinos e competem em eventos nacionais e internacionais com recursos próprios, apesar do aumento dos patrocínios, como o Bolsa Atleta, concedido pelo Ministério do Esporte. "Competi muitos anos sem remuneração e sem patrocínio. Atualmente recebo remuneração através do Bolsa Atleta o que com certeza ajuda, porém não é o suficiente para me dedicar somente aos treinos", diz Ariana. 
Reconhecimento
A atleta Margareth Midori, 29, formada em Educação Física, é uma das poucas que se dedicam integralmente ao esporte, que tomou conhecimento por acaso, por sugestão do professor de natação, começou a treinar e a competir. "Quase não tenho vida pessoal, eu praticamente só treino. Treino no período da manhã e da tarde. E à noite, descanso. Nos finais de semana, também treino. Não costumo sair, pois a rotina de atleta é muito desgastante, no máximo saio com os amigos para almoçar ou jantar. Aproveito meu tempo livre para descansar e resolver problemas pessoais", diz a atleta, que luta pela maior divulgação do da luta no país.
"Uma das maiores dificuldades é que esse esporte é pouco conhecido no país e por isso não há infra-estrutura para o treino, que poderia se oferecido pelas prefeituras", diz Margareth, que reconhece, por outro lado, que não são necessários muitos equipamentos para o esporte. "Somente o material esportivo (facão, espada, bastão, lança). Os grandes equipamentos utilizados seriam os de preparação física como sala de musculação, mas isso todos os esportes devem utilizar." 
Nível técnico
"O trabalho com as atletas no Brasil ainda é recente, mas o nível técnico delas vem aumentando consideravelmente, tanto que já temos entre atletas da categoria juvenil (15 a 18 anos), campeãs sul-americanas e pan-americanas, o que nos mostra que, em breve, teremos uma equipe feminina de sanshou tão forte e respeitada internacionalmente quanto a equipe masculina, que hoje se encontra entre as cinco melhores do mundo", diz Marcus Vinicius F. Alves, vice-presidente da Confederação Brasileira de Kung fu- Wushu.A carreira é nova no Brasil e no mundo, pois passou a fazer parte das competições oficiais em 2003, em Macau, na China. Mesmo nessa ocasião, a única brasileira a lutar foi vice-campeã, provando que levamos mesmo jeito para a coisa. Numa disputa mundial, realizada em Beijing, China, no ano de 2007, participaram quatro atletas brasileiras, que conquistaram ótimas marcas: um 3° lugar, dois 5° lugares e um 9° lugar.
Entenda o que é Kung fu
Apesar de ser o termo mais usado, kung fu não denomina uma luta. Originalmente, deriva de gong fu, formado por duas palavras. Gong significa conquista, mérito, trabalho, técnica; e Fu, homem adulto. O termo significa habilidade em alguma técnica, talento ou prática que exija paciência, perseverança, dedicação e tempo. Portanto, também seria correto dizer que uma pessoa tem gong fu ou kung fu em algo e não que o pratica.
A palavra correta para designar a arte marcial chinesa é wushu, também conhecida como kuoshu ou guoshu, sendo que essas últimas maneiras de se referir ao esporte não são mais utilizadas na China.E não esqueçam de curtir a alegria...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Plumagem

Eu comprei um livro um dia desses e me apaixonei pelas palavras dele (que foi?!?! Sou sensível!), o nome é Plumagem de Fidélia Cassandra, segue uma das poesias (a que eu mais me identifiquei até agora)...

Lua Escondida

Dizes que não tenho tempo
Para ti.
Mas, que importa o tempo?
Tu tens meu coração,
Mesmo selvagem.
Tu possuis meu corpo
E todos os labirintos
Da minha alma.
Tens até o contratempo
Que determina o compasso
Da minha solidão.


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4º encontro Nipon de Campina Grande
























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